Dispositivo possui eletrodos que estimulam o bloqueio da dor de origem neuropática
A associação entre impulsos elétricos e melhora de dores relacionadas a alterações no sistema nervoso é estudada e aplicada desde a Antiguidade. Com a evolução da medicina, foi possível que, nos anos 1960, fossem desenvolvidos os primeiros dispositivos de neuromodulação, como o neuroestimulador medular.
O neuroestimulador medular age por meio da aplicação dos impulsos elétricos diretamente sobre a medula espinhal, atuando de forma mais intensa para o alívio da dor crônica e incapacitante.
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Como o neuroestimulador medular funciona?
O neuroestimulador medular é composto por um dispositivo gerador interno e eletrodos que são implantados diretamente na medula espinhal. Os eletrodos epidurais — que podem ser do tipo cilíndrico ou em placa — são capazes de conduzir energia elétrica sobre a medula, bloqueando possíveis sinais vindos do cérebro que causam a dor crônica na coluna e nas pernas.
O dispositivo gerador interno é ativado depois de um período de testes com um dispositivo gerador externo. Dessa forma, caso o paciente não se adapte ou os resultados de melhora não apareçam, é possível fazer a retirada do neuroestimulador com segurança.
A implantação do neuroestimulador medular é feita em cirurgia, com o paciente sob sedação, anestesia local ou geral. O procedimento dura cerca de 2 horas . No dia a dia, é comum que o indivíduo com o neuroestimulador sinta um leve formigamento no local de ação dos eletrodos.
Além disso, os neuroestimuladores mais modernos podem passar por detectores de metais e realizar exames de ressonância magnética. Esses dispositivos funcionam com bateria e, assim como os aparelhos celulares de última geração, são recarregáveis por indução através da pele do paciente.
Saiba se o neuroestimulador medular é indicado para seu tipo de dor!
Como é feita a avaliação pré-implante?
A avaliação para colocação do neuroestimulador medular deve ser feita pelo neurocirurgião especialista em coluna vertebral, levando em consideração alguns fatores, como a presença de dor na coluna ou nas pernas no trajeto do nervo ciátio. Também deve ser considerado o aspecto crônico e intensidade dos desconfortos, além da resposta a outros tratamentos realizados previamente.
Benefícios do neuroestimulador medular
O uso de neuroestimulador medular pode ser muito benéfico a pacientes com dores crônicas de coluna e no trajeto do nervo ciático, uma vez que:
- Proporciona melhora da dor de forma direta;
- Melhora a qualidade de vida, já que o paciente se vê, novamente, capaz de realizar atividades cotidianas;
- Proporciona a diminuição de reações e efeitos colaterais de medicamentos;
- Permite a diminuição, em alguns casos, da necessidade de cirurgias mais invasivas e com maior risco;
- Se destaca pela segurança e baixa complexidade do procedimento de colocação do implante.
Em quais casos esse tratamento é indicado?
O tratamento com neuroestimulador medular é indicado, principalmente, a pacientes com dor crônica e incapacitante de coluna de origem neuropática. Paciente que não apresentaram melhora com cirurgia prévia de coluna ou seja, Dentre as condições que causam esse tipo de dor, podemos citar:
- Aracnoidite;
- Dor mielopática;
- Dor regional complexa;
- Neuralgia pós-herpética;
- Fibrose epidural, entre outras;
- Síndrome pós laminectomia ( cirurgia prévia da coluna).
Esses pacientes, na maioria das vezes, já realizaram outros métodos de tratamento conservadores ou mesmo cirúrgicos, mas não obtiveram resultados satisfatórios de melhora da dor.
O neuroestimulador medular pode também ser indicado a pacientes que realizaram cirurgias prévias na coluna, como a artrodese, a laminectomia e a cirurgia para hérnia de disco, e não conseguiram a esperada melhora dos sintomas após esses procedimentos.
Outra possível indicação do uso do neuroestimulador medular é nos casos de dor neuropática crônica relacionada ao câncer e a outros tipos de tumores que podem atingir a coluna vertebral. Da mesma forma, dores relacionadas a alterações cardíacas, como a angina, ou a alterações vasculares, como a aterosclerose de membros inferiores, também podem ter a indicação do uso do neuroestimulador.
Existem contraindicações?
O uso de neuroestimulador medular não é indicado a todos os pacientes com dor crônica de origem neuropática, uma vez que muitos podem não ter o alívio esperado para a dor ou mesmo sentir desconforto com a sensação provocada pela ação dos impulsos elétricos.
Por esse motivo, inclusive, é comum que o uso de neuroestimulador medular seja testado no paciente nos primeiros dias de uso e, em caso de não obtenção de resultados de melhora, o dispositivo seja retirado.
O que esperar dos resultados do neuroestimulador medular?
É esperado que o neuroestimulador medular tenha efeito já nos primeiros dias de uso. Essa é mais uma das razões do período de testes ser importante ao paciente, uma vez que os resultados de melhora da dor devem estar estabelecidos já nas primeiras duas semanas.
É esperado também que o paciente com neuroestimulador consiga retomar a maior parte das atividades diárias, desde que com atenção às limitações que podem interferir no funcionamento do dispositivo.
Onde realizar o tratamento com neuroestimulador medular?
A indicação, o acompanhamento e a colocação do implante dos eletrodos do neuroestimulador medular deve ser feita por um médico neurocirurgião, que é o especialista em procedimentos que envolvem as estruturas nervosas do organismo, como a medula espinhal.
A colocação do implante deve ser feita em ambiente hospitalar, com o acompanhamento da equipe de cirurgia. Assim, é possível garantir a segurança do procedimento em todas as suas etapas.
O Dr. Gustavo Agra é neurocirurgião especialista em cirurgias minimamente invasivas da coluna, e realiza diversos tratamentos para as enfermidades que atingem essa estrutura. Para saber mais sobre as possibilidades do neuroestimulador medular e outros tratamentos, entre em contato e agende uma consulta.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia
Universidade Federal de Santa Catarina
Tratado de Técnica Operatória em Neurocirurgia